Da Imagem como representação, à Imagem como meio de consumo
A produção da imagem como registro nos remete ao surgimento da humanidade, quando da produção das pinturas rupestres, que eram verdadeiros registros do dia-a-dia de uma sociedade em estruturação.
Contudo, a produção, reprodução e a utilização da imagem como meio de consumo nos séculos XX e XXI, nos remetem a três etapas anteriores, que possibilitou a reprodução de imagens a partir de uma matriz: a Idade da Madeira, a Idade do Metal e a Idade da Pedra.
A Idade Média, considerada como Idade da Madeira, viu nascer o processo de produção e reprodução de imagens através do papel chamado Xilogravura. Com origem no século XIII, a Xilogravura, foi utilizada em larga escala, inclusive para auxiliar a descrição do Novo Mundo. Na técnica da Xilogravura utilizava-se como matriz a madeira, que funcionava como uma espécie de carimbo, possibilitando a reprodução da imagem.
A partir do século XV, inicia-se a chamada Idade do Metal, com a técnica chamada Água-forte. A Água-forte é uma técnica em que se utiliza como matriz uma placa de ferro, zinco, cobre, alumínio ou latão. Grava-se um desenho na placa com um papel levemente umedecido.
No século XIX, inicia-se a Idade da Pedra. Desenvolve-se a técnica da Litografia. A técnica envolve a criação de uma matriz sobre pedra calcária com um lápis gorduroso. A base da técnica esta na repulsão entre água e óleo. Sendo o desenho fixado através do acumulo de gordura.
A Litografia despontou no campo do consumo da imagem, que surgiu no rastro das demandas e exigências geradas pela Revolução Industrial. O desenho original e o impresso são praticamente idênticos.
Com o fortalecimento da economia capitalista e com uma sociedade analfabeta, aumentou-se a necessidade de uma maior veiculação de informação visual, tanto para propaganda política, quanto visual. A imagem como processo industrial, então passa a ser pautada pelos requisitos: exatidão, rapidez de execução, baixo custo e reprodutividade.
As primeiras experiências fotográficas começaram ainda no final do século XVIII, com o fim de obtenção de superfícies sensíveis à luz para fixação das imagens, com a utilização de sais de prata. “Esses processos, associados à câmara escura, lançam as bases do princípio da fotografia” (FABRIS, 1998, p. 13)
Nesse período, são vários os experimentos espalhados pelo mundo, o mesmo pode-se dizer das técnicas e suportes utilizados. Porém é importante ressaltar que Charles e Davy conseguem fixar temporariamente a imagem, mas são Niepce e Daguerre que solucionam o problema, com a utilização de uma chapa de metal como matriz sensível à luz.
No rastro da fotografia, pode-se ressaltar que o processo surgiu com a crescente demanda imagética. Tais inventores sentiam-se incomodados com a inadequação dos meios de produção de imagens tradicionais. No qual, a constante pesquisa e experiência culmina no método chamado Daguerreotipia.
A Daguerreotipia representou para a época uma representação precisa e fiel da realidade: imagem nítida e detalhada; rapidez (cerca 10 à 20 minutos de exposição); procedimento simples; acessibilidade; ampla difusão. Ocasionou a substituição do processo “místico” da criação manual da imagem por um processo de gestos mecânicos e químicos. Além de substituir o trabalho autoral e minucioso, por um trabalho em que o autor torna-se o
espectador do processo mecânico-químico.
A Daguerreotipia entrou em decadência a partir da década de 1850, com o aperfeiçoamento dos experimentos fotográficos, com o surgimento de um novo suporte, a fotografia sobre papel, e o surgimento do processo de negativos, que acelerava a reprodução das imagens, e que atendiam as exigências do capitalismo na difusão das imagens de consumo.
Legendas imagens:
1 - Reprodução Xilogravura (Idade da Madeira séc. XIII)
2 - Reprodução Água-forte (Idade do Metal séc. XVI)
3 - Reprodução Litogravura (Idade da Pedra séc. XIX)
4 - A primeira fotografia com a técnica do daguerreótipo, na qual retrata o ser humano.
A História da fotografia
Texto elaborado para apresentação em sala de aula da disciplina História das Ciências e das Técnicas, Curso de História, Centro Univeristário de Belo Horizonte – UNI-BH.
Produção:
Fernando Ribeiro e Flávia Schettino
Referência Bibliográfica:
FABRIS, Annateresa,.Fotografia:usos e funções no século XIX .2. ed. São Paulo: EDUSP, 1998. 298 p.
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