domingo, 26 de junho de 2011

Mito das Gerais: Caboclo D’água

Este mito está presente principalmente nos causos de pescadores, jangadeiros e no folclore da região do Alto São Francisco em Minas Gerais.

O Caboclo D’água segundo a lenda, também conhecido como Negro d’água, e Bicho d’água, como já especifica seu nome, é um mito aquático que assombra pescadores e jangadeiros do Rio São Francisco e seus afluentes, entre eles o Rio Pará, Paraopeba, etc. Ninguém sabe como surgiu, mas é bem provável que tal lenda já existisse entre as tribos indígenas ribeirinhas do Velho Chico desde os tempos do Brasil Colônia, ou mesmo antes. “Aquático ou anfíbio, ele tem os seus galhos na árvore genealógica do caipora, dos indígenas. Já Peter Lund [dinamarquês], em carta à Real Academia de Copenhague, datada de 1837, descreve a ocorrência lendária

nas margens do rio das Velhas e no sertão do Alto São Francisco.”[1].

Suas características diferem entre as localidades, como pode-se observar nas imagens divulgadas neste blog. Porém algumas características “batem” e são comuns entre os relatos como: baixo, troncudo, musculoso, muito forte, tem a pele na cor negra, peludo e ligeiro dentro d’água. A ação do Caboclo d’água causa medo entre os pescadores por virar suas canoas e lhes renderem péssima pescaria.

"Meu avô sempre ia pescar com meu tio-avô, nuns rios que tinham aí pra cima. Meu tio sempre falava pra tomar cuidado com o caboclo d´água, uma mistura de homem e macaco que vira a canoa para comer as pessoas. Meu avô num acreditava em nada disso. Mas um dia ele tava pescando, a canoa começou a bambear. Quando ele viu uma mão agarrada na borda, ele tirou o facão e cortou. Era a mão do caboclo d´água, ela era preta com umas coisas assim no dedo que nem pato. Ele guardou i

sso até
as vésperas de sua morte.”[2]

Meu Dinvô (avô materno), conhecido como “Seu Luís” (in memoriam), nascido em Nova Serrana, relatava um encontro curioso com o tal Caboclo d’água nas margens do Rio Lambari. Dizia ele que enquanto pescava, avistou um “omi” deitado em uma praia ribeirinha, se aproximou para melhor observar, a uma certa distancia percebeu que não era um homem e sim o Caboclo d’água “tomando sol”, o mesmo o avistou, mas nem esboçou reação, preferiu ficar ali quieto e curtindo o sol. Dinvô também dava a solução para o tal te deixar “quieto” pescando, era só levar uma garrafa de pinga da boa e “sortá”, lançar a garrafa “roiada” no rio. Outros relatam que o mesmo fica “agradecido” com fumo, e até cooperando com a pescaria.

No norte de Minas, se desenvolveu a carranca, uma espécie de “totem” presa à proa do barco, feita de madeira, que servia para afastar, assustar o Caboclo D’água e outras “manifestações”. “’A carranca é pra isso, o caboclo d´água vê aquela cara mais feia que ele e vai embora’. - conta Chico Chagas, um "carranqueiro" (entalhador de carrancas)” [2]


Abaixo alguns relatos e reportagens sobre o assunto:

Reportagem SBT:

Caboclo D'água D'o Rio Pomba from cumbuca on Vimeo.

Relato quase verídico:

Referências:

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Referências:

[1] Macedo, J. A. "O caboclo d'água". Folha de Minas. Belo Horizonte, 02 de dezembro de 1956. Disponível em:

Acesso em: 26 jun. 2011.

[2] Jornal Carranca. “As Carrancas: O que são e qual o seu significado”. Disponível em:

Acesso em: 26 jun. 2011.

Cumbuca. Caboclo D’água d’o Rio Pomba. Disponível em:

Acesso em: 26 jun. 2011.

Jangada Brasil. Galeria de Mitos: Caboclo-d’água. Disponível em:

Acesso em: 26 jun.

Wikipedia. Caboclo D’água. Disponível em:

Acesso em: 26 jun.

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