quarta-feira, 16 de março de 2011

Uma Pequena História de Amor, do Amor

O amor é o sentimento mais nobre do ser humano, presente em todas as culturas e em todos os tempos, mesmo que não percebido, mas sentido em sua profundidade. Presente em todas as relações, em todos os papéis sociais, entre pais e filhos; entre irmãos; entre amigos; e o clássico amor entre um homem e uma mulher. Em cada papel social, assumirá uma forma diferente, em modos de demonstração, carinho, respeito, admiração, etc. São desdobramentos desse amor que todos cultivam, pois “os brutos também amam”.

O amor é o único sentimento capaz de virar o mundo de “pernas pro ar”, mudar agendas, “reinventar a roda”, mudar o traçado de vidas, “virar cabeças”. Ou seja, nos tornam outras pessoas, mais amorosas, de bem com a vida, nos torna tolos, capazes de falar bobagens sem fim no momento mais inoportuno. Enfim, todos experimentam um dia.

Na história humana, a forma desse sentimento variou e muito até os dias atuais, no entanto nosso vocabulário amoroso não modificou muito através dos séculos e milênios. Veja o trecho abaixo de um poema egípcio escrito há 3.000 anos:

“Mais encantadora que todas as outras mulheres, luminosa, perfeita. Uma estrela na linha do horizonte. Seus lábios são encantadores. Seus cabelos refulgem como a lazulita. Seus braços são superiores ao ouro em esplendor. Seus dedos fazem-me ver pétalas, as de lótus lhes são semelhantes. Suas curvas têm a forma mais adequada, seu andar é nobre. Meu coração seria um escravo se ela me envolvesse com seus braços”.¹

Analisando esse trecho, ele não contradiz muito o nosso tempo, mesmo ele sendo “cafona”, facilmente poderíamos encaixá-lo entre o final do século XIX e início do XX. No entanto, foi confeccionado há mais de 3.000 anos. É um dos primeiros registros sobre amor de que se tem notícia na história da humanidade. Essas características poéticas da comparação da mulher amada com o que se tem de mais nobre (acredito que em algum momento de sua vida, você já se pegou escrevendo algo do tipo!), está presente em todas as culturas. “Ama-se de acordo com os modelos da época e dos grupos”¹, contudo a essência dos sentimentos é imutável.

Os especialistas acreditam que o amor e a relação familiar nasceu no encalço da descoberta do fogo, ou seja, foi um desenrolar extraordinário, aproximando os gêneros dentro da caverna ao redor da fogueira. Assim estabeleceu-se “as regras de uma célula social pré-histórica: divisão de funções, cuidados especiais com os filhos e parceiros”¹. A estrutura familiar como a conhecemos, somente se consolidou a cerca de 12 mil anos, quando o homem tornou-se sedentário, descobrindo as potencialidades da junção entre a terra fértil e as sementes. A terra ganhou muita importância nesse período, um pedaço de terra era a garantia da sobrevivência, uma riqueza sem fim, tornando-se importante a geração de descendentes.

Até a Grécia Clássica, os homens amavam, mas não tinham a explicação filosófica para o que sentiam. Nesse contexto, os gregos que tinham explicação para tudo, foram os primeiros a explicar o amor, dando-lhe o conceito e a aplicação, foram eles quem “inventaram” o amor. Foi nesse período que surgiram as idéias como “alma gêmea”, “cara-metade”, etc.

Para saber mais, veja a reportagem completa: Todos dizem eu te amo. Revista Aventuras na História, São Paulo, ed. Abril, nº33, mai. 2006. Disponível em: http://historia.abril.com.br/comportamento/amor-todos-dizem-eu-te-amo-434652.shtml

No desenrolar dos séculos, como já foi dito, os modos de expressão modificaram-se, as mulheres que antes eram livres para escolherem seus parceiros, acabaram enclausuradas por séculos, casando-se com parceiros que nunca haviam cruzado um olhar, sendo manipuladas pelos pais em “jogadas” políticas intermináveis, até a sua libertação no século XX, o século da conquista feminina. Hoje a concepção clássica do amor como sempre, está em mutação, sendo estraçalhada, novas formas de relacionamento estão em andamento, desagregando famílias, chocando o mundo e agredindo as religiões que são protetoras dos valores morais.

Enquanto isso, digo que sou adepto da concepção clássica do amor, “um amante à moda antiga, daqueles que ainda mandam flores”como já dizia Roberto Carlos! Sou cafona!

Esse é meu modo de ver a vida, “que é bonita, é bonita e é bonita”♫!

Vídeos para esquentar o coração:

Fonte:

¹ HAMA, Lia. Amor: Todos dizem eu te amo. Revista Aventuras na História, São Paulo, ed. Abril, nº33, mai. 2006. Disponível em: http://historia.abril.com.br/comportamento/amor-todos-dizem-eu-te-amo-434652.shtml Acesso em: 16 mar. 2011.

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