terça-feira, 23 de novembro de 2010

CPMF: "Só pega peixe grande"




Hoje recebi um e-mail com um abaixo assinado apelando contra a volta da CPMF anunciada pela nossa futura Presidente da República Dilma Rousseff.

Afinal o que significa a sigla CPMF?

É a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira.

É muito interessante essa movimentação nacional para a quebra da CPMF, porém precisamos ser muito críticos perante a situação. Devemos nos perguntar, "afinal, a CPMF é boa ou não?" e tomar cuidado para não cairmos na preguiça mental de irmos atrás de "qualquer um" que se diz intelectual e versado no assunto. Porém concordo plenamente que os impostos brasileiros são super abusivos e também quero o fim de uma "pá" deles, pois o trabalhador brasileiro trabalha cerca de 5 meses todo o ano só para pagar impostos. No entando, sou a favor da volta da CPMF. Por quê?

Em primeiro lugar, esse movimento que insurgiu, não vem de lideranças populares como pensamos, vem de gatunos que querem "passar batido" pela "malha fina" que o governo tenta passar na movimentação de altas somas. Lembro-me que há na constituição uma parte que fala abertamente da tributação sobre fortunas, porém até hoje isto está trancado em alguma gaveta do Senado.

Em segundo lugar, esse imposto não inside tanto assim sobre a população de classe média e baixa, quantas pessoas conseguem movimentar mais de R$100,00 por semana de uma vez? A cobrança por movimentação em 2008 era de 0,38% da renda movimentada. Em valores muito baixos, isso é irrisório, cito alguns exemplos:

Movimentados: R$50,00 - Imposto arrecadado pela CPMF: R$0,19;
Movimentados: R$100,00 - Imposto arrecadado pela CPMF: R$0,38.

Os valores são irrisórios! Agora, porque essa corja de políticos e empresários são contra a CPMF? Isso é muito fácil de responder! Como disse, a CPMF é uma ferramenta muito importante para a captura de quem sonega o Imposto de Renda. Pois se a pessoa se declara isenta e movimenta milhões, sua declaração poderia correr sério risco de ser contestada pela Receita Federal, isso era feito através do "cruzamento de informações bancárias com as declarações de Imposto de Renda". Vejamos os valores pagos para movimentações acima de R$1.000,00:

Movimentados: R$1.000,00 - Imposto arrecadado pela CPMF: R$3,80;
Movimentados: R$100.000,00 - Imposto arrecadado pela CPMF: R$380,00;
Movimentados: R$1.000.000,00 - Imposto arrecadado pela CPMF: R$3.800,00.

Enfim, a CPMF "só pega peixe grande"!

Hoje a futura Presidente Dilma Rousseff tem por objetivo além de resgatar as potencialidades anteriores desse imposto, também prevê o equilíbrio da dívida pública que é imensa, assim também possibilitando abiaxar a taxa de juros.

Tenhamos cuidado, pois somos manipulados à todo momento pela mídia e por uma pequena parcela da população mais rica deste país. Não faça o joguinho deles!

As charges da época e as produzidas hoje não me deixam mentir, estas imagens postadas neste blog, são as duas faces da crítica. A mídia foi a principal ferramenta para disseminar os ideais de empresários e políticos. Digo que também acreditei e fui contra a CPMF cegamente em 2007 . Veja que a primeira charge utiliza de um tipo popular, ou seja, de uma pessoa de classe média que vai socegadamente sacar o seu dinheiro e acaba sofrendo um assalto pela CPMF. Tudo isso para dar a impressão de que quem perde com o imposto é o povo. Somente na segunda charge podemos ver uma crítica mais acentuada de manipulação da população, foi a única charge que encontrei que falasse tão abertamente da manipulação dos mais ricos sobre os mais pobres e do assunto CPMF.

Fiquemos de olhos bem abertos.

Ainda continua sem saber o que é a CPMF?
http://www.http//pt.wikipedia.org/wiki/Contribui%C3%A7%C3%A3o_Provis%C3%B3ria_sobre_a_Movimenta%C3%A7%C3%A3o_ou_Transmiss%C3%A3o_de_Valores_e_de_Cr%C3%A9ditos_e_Direitos_de_Natureza_Financeira

Assista aos vídeos:

O fim da CPMF. Mais uma vitória da elite corrupta.


"Fim da CPMF não era uma questão de preço, mas de maldade" diz Lula:


E me desculpem pelos erros de português existentes, não venho tendo muito tempo para revisar os textos várias vezes antes de publicar. Minha maior preocupação está na articulação das ideias, para serem passadas de forma clara e objetiva.

Fernando Ribeiro.
e-abraços...

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Resenha amadora: "Senna, O Filme"

Ei! Se você quiser ver uma crítica profissional, aqui não é seu lugar, visita aqui oh:

http://omelete.com.br/cinema/critica-senna/


“Senna, O Filme”, na realidade é um documentário com cenas gravadas a partir dos arquivos da formula 1, do arquivo pessoal da família Senna e de outros arquivos das emissoras pelo mundo inteiro, dos quais muitas cenas eram inéditas. O filme foi idealizado pela produtora britânica Working Title em 2010, tendo sua estréia primeiro no Japão em outubro de 2010 para depois aterrissar em terras tupiniquins em 8 de novembro de 2010. Este reforça e muito a imagem de um mito, Ayrton Senna. A narração varia entre inglês e português, o principal idioma como se espera de um filme produzido na Inglaterra é o inglês, porém há muitas imagens cedidas pela Rede Globo, como narrações das corridas de Galvão Bueno e Reginaldo Leme, além de entrevistas feitas por emissoras do mundo inteiro em inglês e outras produzidas pela Rede Globo. A única crítica que tenho à fazer do filme foi a péssima legenda branca, que muitas vezes me impossibilitava de entender o que estava acontecendo. A imagem também não é muito boa, já que foi produzido a partir de arquivos anteriores ao ano de 1994, o que não tira a autenticidade da produção, qualidade e o brilhantismo do filme/documentário.

O filme é cheio de depoimentos, principalmente de sua mãe, irmã e de Ron Dennis, diretor-chefe da equipe McLaren de F1, dentre outros companheiros e admiradores de Senna.

Assisti este documentário no feriado de Proclamação da República, dia 15/11/2010 juntamente com meu irmão mais velho que é aficionado por F1. Entrei muito esperançoso para assistir à um grande filme e saí maravilhado, com expectativas excedidas.

Quando Ayrton Senna morreu, tinha apenas 8 anos de idade, mas sua história marcou profundamente minha infância, sempre acompanhava com meu pai as corridas de todo domingo. Não me lembro quando começou essa paixão, mas ela persiste até hoje, porém sem o brilhantismo do começo.

O filme mexeu com meus sentimentos, nele há de tudo, emoções várias, que vão do riso, alegria ao ódio, principalmente quando da perda do título de 1988 de Ayrton Senna, uma baita de covardia arquitetada por Alain Prost que acabou conquistando o campeonato de 1988, mesmo fora de pista no GP de Suzuka, Japão. Demonstra o valor de um herói, garra determinação, um exemplo a ser seguido em um período que a política pouco importava na Formula 1. O valor humano era ressaltado, a vida valia mais do que um título. Foi emocionante ver Senna se preocupando com um colega de oficio que sofrera um acidente à sua frente, Senna teve a sensibilidade de abandonar a prova para socorrê-lo. Triste foi ver o fim de Senna no dia 1º de maio de 1994, uma triste fatalidade para o esporte mundial. Triste também recordar que ele poderia ter voltado para o Padock andando, pois o forte impacto não seria fatal se a peça da suspensão não tivesse acertado sua cabeça.

O filme também me fez recordar de vários detalhes dos quais não me lembrava, por exemplo, aquele último final de semana de Senna, foi um período trágico e esquisito, pois além da morte de Senna no domingo no GP de San Marino, também houve a morte do piloto austríaco Roland Ratzenberger da escuderia da MTV Simtek, no treino classificatório de sábado, além do forte acidente com o iniciante Rubens Barrichello da Jourdan na sexta-feira.

Além de trazer lembranças ocultas da F1, ao sair do cinema também comecei a recordar de várias lembranças pessoais juntamente com meu irmão. Dentre elas, que eu adorava vermelho (e ainda gosto, mas não como na infância), motivo pela qual gostava muito da escuderia Ferrari (ou vice-versa, não sei!), lembro também que meu irmão e eu nos dias de corrida fingíamos jogar vídeo-game, na esperança de comover meu pai para nos comprar um. Lembro que no dia do acidente, brincávamos de vídeo-game, Bruno, meu irmão fingia guiar Senna na época correndo pela Williams, e eu fingia guiar M. Schumacher que corria pela extinta Benetton. Também lembro que este 1º de maio de 1994 foi o último dia em que vi meu avô paterno vivo (que morreria um mês depois), acabamos de assistir a corrida, almoçamos e fomos visitar meu avô, e foi lá que recebemos a notícia do falecimento de Senna. Fatalidade que deixou de luto o país inteiro, e que tirou o brilho e o gosto pela Formula 1, ainda que, persistiamos em assistir. Hoje esse brilho é opaco e sem gosto, por não termos mais um piloto para nos dar a devida alegria.

Veja o trailler:


Em fim, um bom filme para aqueles que adoram formula 1, e principalmente para quem vivenciou o início, o meio e o fim de sua trajetória brilhante, ou pelo menos o fim, como no meu caso.

Fernando Ribeiro.

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